Pero, mira lo que nos espera:
"A comunidade dos justos é estrangeira na terra, ela viaja e vive de fé no exílio e na mortalidade" (Sérgio Buarque de Holanda).
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Outono (quase inverno)
Pero, mira lo que nos espera:
domingo, 23 de novembro de 2008
Madrid que no pára
Primeiro vi este vídeo em madridmemata http://www.madridmemata.es/2008/11/madrid-en-tiempo-real/, e depois em http://timelapses.tv/. Compartilho aqui.
Passado, Presente, Futuro
"Eu fui. Mas o que fui já me não lembra: Mil camadas de pó disfarçam, véus, Estes quarenta rostos desiguais. Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é: Rã fugida do charco, que saltou, E no salto que deu, quanto podia, O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei: Um rosto recomposto antes do fim, Um canto de batráquio, mesmo rouco, Uma vida que corra assim-assim."
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis" (em http://www.citador.pt/)
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Doutorado de Marketing na Universidad Complutense de Madrid
Sin embargo, nova rotina e correria. Minhas aulas acontecem em 4 prédios em bairros diferentes. Significa que estou às voltas, aprendendo roteiros, já com um calhamaço de material para ler, e o que mais me aflige agora: escrever textos técnicos, papers, em espanhol (o pobre do meu professor de espanhol vai sofrer). A maioria das leituras é em inglês, as escritas em espanhol assim como as apresentações em classe, claro. Previsível.
Como se diz no Nordeste: ajoelhou, tem que rezar! Nova adaptação.
Constatei feliz que há um brasileiro em minha classe. Gentilmente já me forneceu algum material de uma das classes que não assisti devido às confusões ditas no início. Quando um dos professores, em sala, nos pediu para que nos apresentássemos e assim descobrimos a nossa nacionalidade, a sensação de alívio foi recíproca... Brasileiro se entende em qualquer lugar do mundo. O sorrisinho cúmplice foi gracioso e mútuo.
Ele acabou de chegar, há pouco mais de uma semana, está provisoriamente na casa da namorada que é brasileira-espanhola, e constatei como é mais fácil quando acontece assim: chegando e já imediatamente entrando numa rotina "normal" de estudos ou trabalho. Ele já me parece super adaptado e não passou metade do estresse que eu passei. O mesmo ocorre com uma amiga que chegou há pouco em Barcelona e me escreve animadíssima. Bem, espero que tudo isso me contagie. É um novo começo, bem melhor do que o primeiro (espero). A ver.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Peito Vazio
Depois de ouvir a lindíssima música de Cartola, dê duplo click no título deste post y já entenderás...
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Meditações de um Notívago II
Finalmente, recebi outra carta-email do meu pai. A transcrevo de novo na íntegra, na tentativa (vã?!) de fazê-lo um pouco mais presente no Mundo de cá. A ver, a lo mejor, a leer...
"Ser estrangeira, dispor de tempo para usufruir a estrangeirice, sem saudade, deve ser muito triste. Porém, se se sente saudade: confrange-se o coração, vem um torpor, uma letargia, como num fim de tarde fria; nos resta opor-lhe a esperança para conter este coração em pedaços. Voltamos a nos tranqüilizar, pois a custo sempre vencemos este estado de espírito. A vida volta à rotina, a saudade se renova, pois ela sempre deverá existir, pois quando saciamos a ausência com a presença do bem desejado, passando de um desejo potencial ao ato, se não pudéssemos renová-lo, seria a morte em vida. Quê a saudade seja cultuada para a nossa essência de vida e não para "morrer de tristeza", como disse um poeta. Louvemos a saudade como devemos louvar o amor: pois se este nasce e morre todo dia, para o deleite da espécie, é uma necessidade natural.. A estrangeira é romântica e sabe tirar da distância os frutos que ela oferece: saudade imensa. Um abraço e beijo para todos.
Aqui lembro algo que já li: Um disse: “Recordar é viver” e o outro respondeu: "Recordar não é viver porque é sentir saudade. E sentir saudade é morrer de tristeza."
Receba as meditações como idéias de um notívago. Porém, não vejo a hora de estarmos juntos e mandarmos a saudade pousar em outro lugar, pois juntos não estaremos precisando dela. Estará ela, saudade, como um chapéu pronto para quem dela precise, e longe de nós."
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Vanessa da Mata em Madrid
Vanessa da Mata em Madrid, hoje, Círculo de Bellas Artes, Talento Brasil, 21h30. Click no título e aqui http://www.talentobrasil.net/site/programacao e saiba mais.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Happy
Fomos assistir a Happy, um filme inglés muito legal, recomendado pelo meu professor de Espanhol. Recomendo a vocês também. É daqueles filmes simples, que entretem e nos deixam com a sensação de que a vida é bela e de que a felicidade até existe. Meio piegas a frase, reconheço. Mas o filme é de uma simplicidade, pureza e... o que mais dizer?! É um filme happy, ou melhor, é sobre alguém que enxerga as coisas de forma bastante diferenciada dos demais! A um certo momento pensei que o filme fosse uma apologia à negação, mas não é! Bem, vejam vocês e tirem suas próprias conclusões. Imperdíveis as cenas com o professor da auto-escola...
Pois bem. Este post no entanto não é sobre o filme, mas sobre o antes e o depois do filme. Fui assistí-lo com duas brasileiras que estão passando um tempinho aqui em Madri. Pois bem, chegamos 40 minutos antes do filme começar, e pedimos algo para comer num bar perto. Eu pedi um spagetti a bolonhesa para mim, e as outras duas, pediram coisa mais leve. Claro que o meu foi o que mais demorou. Uma delas foi comprar as entradas e nos esperar na porta do cinema para que não perdêssemos a seção. Após eu insistir com o garçon que estava demorando, que tinha um filme pra assistir, etc. e tal, o meu prato finalmente chegou, porém, apenas cinco minutos antes da seção começar (talvez eu tenha realmente sido muito otimista - ou gulosa - ao imaginar que me daria tempo de comer). Bueno, voltando. Agradeci e disse que não poderia comer o spagetti, pois a seção já ia começar. Honestamente, eu estava happy!, não estava aborrecida, nem com raiva, nem tão faminta assim. Lamentei ter que perder meus tão "suados" euros, mas fazer o quê?!, a lo mejor, haveria de perder um pouquinho de peso, poupando-me da gulodice. Bem, tudo tem seu lado positivo.
Mas o curioso não foi nada disso. O spagetti trazido era ao molho branco. Claro que não deixei de registrar o fato. Falei para o garçon que não comeria por falta de tempo, mas, a bem da verdade, o prato pedido não tinha sido aquele. Surpresa fiquei eu, no entanto, quando o distinto garçon olhou bem nos meus olhos e disse: - este espaguete É a bolonhesa! – Sorri. No lo podía crer. Realmente eu estava num momento happy. Esperava de tudo. Que ele dissesse que eu tivesse pedido com molho branco, que ele tinha entendido errado, que veria na cozinha o que havia ocorrido, mas nunca me ocorreu que ele fosse teimar comigo que AQUILO era bolonhesa!. Creio que você deve compreender o absurdo. Em qualquer lugar do mundo, bolonhesa É bolonhesa: tem um pouco de carne, é um pouco avermelhado, etc. Como poderia ser totalmente branco, sem carne, enfim, nada parecido!
A surpresa no entanto parece que foi dupla, minha com a cara de pau dele, e dele com a minha tranqüilidade, ou complacência ou resignação, como queira classificar. Paguei calmamente a conta, sorrindo, não sarcástica, não comi o bendito espaguete, pois não dava tempo mesmo, e quando estava de saída do bar, o garçon me disse (com pena): - quando acabar o filme, volte aqui que esquento pra senhora! Era o mínimo que ele poderia fazer, mas, em se tratando do mundo de cá, uma raridade, acreditem! Dito e feito, acabou o filme, voltamos as três. Pedi para ele esquentar o tal espaguete "a bolonhesa", sem discussões, e de repente me vem o SPAGUETE A BOLONHESA DE VERDADE, ou seja, ele não trouxe o espaguete ao molho branco. Me pediu desculpas e corrigiu o erro. Mais happy ainda fiquei eu. Fechei meu gestalt. Pena é que o spaguetti estava com um sabor no mínimo irreconhecível. Bem, nem tudo é perfeito. Mas como era uma tarde HAPPY, saboreei o final feliz, com todo gosto.
domingo, 9 de novembro de 2008
Estou em casa
"Um fato que não se pode deixar de tomar em consideração no exame da psicologia desses povos é a invencível repulsa que sempre lhes inspirou toda moral fundada no culto ao trabalho. (...) a ação sobre as coisas, sobre o universo material, implica submissão a um objeto exterior, aceitação de uma lei estranha ao indivíduo. Ela não é exigida por Deus, nada acrescenta à sua glória e não aumenta nossa própria dignidade.(...) É compreensível assim que jamais se tenha naturalizado entre gente hispânica a moderna religião do trabalho e o apreço à atividade utilitária. Uma digna ociosidade sempre pareceu mais excelente, e até mais nobililante, a um bom português, ou a um espanhol, do que a luta insana pelo pão de cada dia. O que ambos admiram como ideal é uma vida de grande senhor, exclusiva de qualquer esforço, de qualquer preocupação. (...) O que entre eles predomina é a concepção antiga de que o ócio importa mais que o negócio e de que a atividade produtora é, em si, menos valiosa que a contemplação e o amor.
Partindo desse ponto de vista, não sou mais estrangeira, estou em casa. UFA! Já não era sem tempo.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Por uma noite mais feliz
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Cássia. Sempre Ela
Nando. Sempre Ele. Temos ainda a graça da sua companhia aqui na terra. Já Ela, deve estar cantando para os anjos, agora.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Adriana Calca "rhotto" en Madrid
Não vejo a hora de ir ao show de Adriana Calcanhotto, amanhã, aqui em Madri. Quando fomos comprar o ingresso, não podemos deixar de gargalhar com a maneira como a chamam: "calca rhoto" (ou seja, ñ pronunciam o nh). A gargalhada póstuma à informação da compra-regalo, foi minha vingança depois de ser alvo dos tantos "¿como como?" que ouço diariamente quando não entendem quando eu falo meu portunhol. Nada como estar em casa.
Já falei neste blog o quanto nossa musicalidade e cultura são conhecidos e prestigiados por aqui. Bueno, ouvir uma boa música brasileira, ao vivo e a cores, ouvir nosso português, poder presenciar o show (e me orgulhar) de uma das maiores cantoras/compositoras dessa "nova" geração, ouvir um bom violão tocado maestralmente... é tudo!!!! Não vejo a hora. Depois do meu grande ídolo Cássia Eller, sempre fui fã de Adriana (dela e de outras tantas cantoras como Maria Betânia, Marisa Monte, Elis). Además, Madri está repleta de atrações brasileiras (ver links abaixo). Em outubro, por ocasião do Dia da Hispanidade, e do prêmio Dom Quijote de La Mancha concedido a Lula, deram o ar de sua graça Zezé de Camargo e Luciano, Daniela Mercury e Chico Buarque. Agora em novembro, Adriana, Vanessa da Mata, Edu Lobo são alguns dos que estarão no Mundo de cá. Não poderei ter o prazer de ver a todos, mas o de amanhã já está garantido. Depois conto como foi... A ver.
http://movidabrasilena.blogspot.com/2008/10/homenaje-chico-buarque-en-madrid.html
http://lacomunidad.elpais.com/movida-brasilena/2008/10/21/vanessa-da-mata-actuara-madrid-noviembre
http://movidabrasilena.blogspot.com/2008/10/festival-de-jazz-y-cine-brasileo-en.html
http://movidabrasilena.blogspot.com/2008/10/ruy-castro-visita-el-circulo-de-bellas.html