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Vinicius sempre viveu em muito boa companhia. E realmente, amigos são bienvenidos SEMPRE. Após tantos meses de solidão (ou semi), finalmente alguns amigos brasileiros estão vindo nos visitar. Interessante é que parece que resolveram vir em escala, vão uns, chegam outros. Ótima oportunidade para compartilhar experiências, revisitar Madri, conhecer alguns lugares até então ignorados, e passar um bom tempo papeando, bebericando, e nos divertindo. Realmente, com boas companhias, temos tido agradáveis momentos. Como dizem os espanhóis, estamos pasando muy bien. Meu filho, de 6 anos, tem reclamado um pouco já que a atenção a ele diminuiu consideravelmente, o que é natural. Tanto que ontem saiu com essa: "- Mamãe, eu não vou agüentar essa situação por muito tempo!", me deixando sem fala, como muitas outras vezes.
Bueno, dentre algumas coisas comuns a todos nós brasileiros, que vimos à Europa, chama sempre atenção: a conservação das vias públicas, a acessibilidade de quase TUDO - que inclui as pessoas com necessidades especiais, os monumentos sempre tão bem cuidados, o paisagismo ídem (segundo um amigo, "parece que todo dia tem um jardineiro retocando"), o transporte público de excelente qualidade, a segurança, a desigualdade social muito menor a olhos vistos, além de uma clara impressão de que os impostos são realmente revertidos, em grande medida, para criar o tão famoso bem-comum, promover uma melhor qualidade de vida para a população e tudo o mais que nos faz falta.
Algumas outras questões também valem registro: somos unânimes ao notar o alto índice de fumantes na cidade. Os bares sempre estão impregnados de fumaça, o que é lamentável, para eles, e principalmente para os não fumantes e ALÉRGICOS, como eu. Além disso, poucos restaurantes têm área reservada para fumantes, e quase nenhum proíbe o fumo.
Outra coisa, no mínimo, curiosa, é que além das pessoas dificilmente passarem muito tempo num determinado lugar, sempre estarem salindo de copas, de bar em bar, como "gatos madrileños", elas não curtem muito sentar-se. Nós, do Mundo de lá, leia-se Recife, quando entramos em qualquer bar, vamos logo procurando um lugarzinho para nos sentar, a não ser que estejamos numa boate ou em alguns outros locais específicos. Aqui, ficar em pé ao lado da barra ou balcão É O QUE HÁ. Foi justo quando estávamos conversando sobre isso, que resolvi registrar o fato aqui pra você, que lê meu blog. Chegamos a um bar, cheio de gente, a galera toda em pé, e as mesas vazias ao redor. Para ilustrar no blog, precisava tirar fotos. Diante de olhares desconfiados das pessoas desconhecidas do recinto, que naturalmente não se sentiram muito confortáveis ao ver uma estranha tirando fotos suas, uma amiga se predispôs a fingir que estava posando para mim, e assim me deu o pretexto para os tais clicks. Entre caras e bocas, segue o registro fotográfico da noite espanhola.