segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Saudade


(por Miguel Falabella)

"Agarrarse el dedo con una puerta duele.
Golpearse la cara contra el piso, duele.
Torcerse el tobillo, duele.
Una bofetada, un puntapié, duelen.
Duele golpearse la cabeza con el borde de la mesa,
duele morderse la lengua,
una carie y piedras en los riñones también duelen.

Pero lo que más duele es la saudade.
Saudade de un hermano que vive lejos.
Saudade de una cascada de la infancia.
Saudade del gusto de una fruta que no se encuentra más(...)
Saudade de una ciudad.

Saudade de nosotros mismos, cuando vemos que el tiempo no nos perdona.
Duelen todas estas saudades.
Pero la saudade que más duele es la saudade de quien se ama(...)

Saudade de la presencia, y hasta de la ausencia consentida.
No saber que hacer con los días que son más largos,
no saber como encontrar tareas que detengan el pensamiento,
no saber como frenar las lágrimas al escuchar esa música,
no saber como vencer el dolor de un silencio...(…)

Saudade es esto que sentí mientras estaba escribiendo y lo que tú, probablemente, estés sintiendo ahora después de leer...

´En alguna otra vida, debemos haber hecho algo muy grave para sentir tanta saudade...´ "


Em http://www.pensandoenlasmusaranas.com/2007/02/19/do-carnaval-e-outras-musaranas/: "Disculpen los hispanoparlantes, pero hay cosas que sólo suenan bien en un determinado idioma. Escuchar un “te amo” es bonito; pero “amore, ti voglio bene” es imbatible. También se puede decir de muchas maneras en muchos idiomas, pero no hay sentencia más verdadera en su irrefutable brevedad que “shit happens”. “Saudade“, es una palabra en portugués que no tiene traducción exacta en ninguna otra lengua, quizás porque expresa una emoción muy particular, que no es necesariamente triste ni alegre y que está profundamente enraizada en el alma de un pueblo. Cuando un brasileño está “morrendo de saudade”, se toma una cachaçinha. Cuando un argentino está “con un poco de nostalgia”, se toma un Prozac."


Hoje é o cumpleaños de mi hermana. Parabéns, minha linda! Que Saudade! Uma cachacinha, por favor!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Um pedacinho do Egito em Madri

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Próximo ao Parque do Oeste, no final do Paseo del Pintor Rosales, podemos encontrar o Templo de Debot, um pedacinho do Egito em Madri. O Templo foi uma doação do Egito à Espanha, em 1968, pela colaboração desta na conservação de outro templo egípcio Abu Simbel, em Núbia, das águas do rio Nilo. Abu Simbel estava ameaçado devido à construção da represa de Asuán.

Bueno, para o Egito, um templo a mais ou a menos não faz tanta diferença assim; já para Madri, é um refúgio interessante, principalmente aproveitar o parque onde ele foi instalado. Fica a dica para uma tarde ensolarada de domingo, de preferência.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A volta da estrangeira e a Noche en Blanco

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Puxa, que tempo que não escrevo aqui! É que esses dias foram fogo!, volta às aulas de filho, idas e vindas à minha universidade para resolver burocracias, aulas de espanhol, e ainda inventei de ser colaboradora de um outro blog http://www.mappa.etc.br/post/la-noche-en-blanco-e-a-agenda-de-uma-estrangeira , muito legal, sobre tendências de mercado, comunicação, inovação, algo mais ligado à minha área profissional. Bem, tem sido prazeroso. Me força a pesquisar e a me atualizar, enquanto a universidade não faz esse papel. O link acima foi justo sobre o que escrevi no blog sobre La Noche en Blanco, uma noche maravilhosa que houve aqui em Madri sábado passado. Bem, confiram as fotos e o link. Agora, vou tentar não passar mais uma noche en blanco, e ver se durmo, que amanhã sim!, é dia de branco.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O salvador de formigas

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Ontem, estava voltando para casa com meu filho, quando me surpreendi com um pulo que ele deu para não pisar em certa coisa. Perguntei o que era:
- Era uma fila de formigas, mamãe! Você não viu?
- Não. Mas o caçador de formigas agora está salvando-as?! - perguntei intrigada. Ele me respondeu:
- É que sou caçador lá em casa, para salvar nossas coisas, nossa comida. Aqui fora, temos que salvar o planeta!
Ah, bom! Agora entendi.
É, bem já dizia Clarice, os filhos são mesmo uma surpresa para a gente.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O ataque das formigas



O caçador de formigas
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Nunca imaginei que eu viria para a Espanha para me especializar justo em hormigas. Sim, é o que você está pensando mesmo, aquele bichinho asqueroso, minúsculo, que em bando provoca um incômodo danado! Desde que voltamos do Brasil, a minha casa está surpreendentemente empestada de formigas. Já procuramos em tudo e não encontramos nada que justificasse o fato. Quando me levanto, já vou procurá-las. Meu filho estava insistentemente me pedindo um irmão, depois de tantas lacônicas do tipo: é, talvez, pode ser, vamos ver, quem sabe, ele percebeu a dúvida e resolveu pedir algo mais fácil, um cachorro ou bicho de estimação. De repente tive uma idéia que a mim me pareceu criativa inicialmente: fazer das formigas da casa sua(s) mascote(s). Depois de pensar um pouco mais, desisti da idéia. O problema é que isso poderia dar um nó na cabeça do menino, pois nossa melhor diversão em casa tem sido caçar formigas! Preocupada em acabar criando um filho psicótico, cuja diversão é matar seu bicho de estimação, logo vi que não estou “batendo muito bem” mesmo. Sempre achei que criatividade e loucura estivessem intimamente associadas.
Bem, voltando. Meu marido e filho tiveram então uma idéia genial: caçar formigas com o aspirador de pó! A gente tira a base dele, e usa o “cano” para aspirá-las. Partimos para o ataque então! Depois de semanas, aspirando-as e não extinguindo-as, tomamos duas outras providências: ligamos para o dono do apartamento para receber alguma sugestão, e a outra foi segui-las para finalmente encontrar sua colônia - sugestão de um amigo. Como tudo pra mim tem que ter um manual de instrução, fui também atrás da Wikipédia para conhecer melhor meu inimigo (para os que não se interessam por formigas: pulem o parágrafo seguinte):

“Los formícidos u hormigas (Formicidae) son una familia de insectos himenópteros. Son uno de los grupos zoológicos más exitosos, destacando su socialización y su capacidad para formar colonias. Se conocen más de 12.000 especies. Las hormigas ocupan todas las regiones biogeográficas del mundo y son capaces de adaptarse a los más lugares inhóspitos, soportando desde los –40ºC de de la tundra ártica a los 70ºC de los más ardientes desiertos. (…) La comunicación entre las hormigas se produce principalmente a través de feromonas. Debido a que la mayoría de los tipos de hormigas están todo el tiempo en contacto con el suelo, estos mensajes químicos están más desarrollados en ellas. De este modo, por ejemplo, cuando una hormiga recolectora encuentra una fuente de alimento, deja un rastro químico en el suelo en su camino de vuelta a casa. Cuando se encuentra con otras hormigas, les comunica el hallazgo regurgitando parte del alimento y las invita a seguir el rastro mediante señales táctiles. Cuando éstas vuelven también al hormiguero, refuerzan el rastro, atrayendo así a más hormigas, hasta que la comida se termina, de forma que a partir de ese momento el rastro no es reforzado y se disipa lentamente.”

Bueno, o que mais me chamou a atenção foi que elas podem suportar até 70 graus C, o que me causou uma preocupação adicional: estariam todas as formigas VIVAS dentro do saco do aspirador de pó?! Eis uma preocupação relevante! Tive um ímpeto momentâneo de ir à despensa e abri-lo para conferir. Depois, preocupada com uma revolução que talvez pudessem ter maquinado lá dentro contra seus inimigos, nós, imaginando encontrá-las todas a postos, esperando a grande oportunidade para saírem em liberdade, desisti da idéia e decidi que é melhor guardar minha curiosidade científica para o doutorado em marketing. Enquanto isso, vamos convivendo o resto do verão com elas, quando acumulam alimento para passarem o inverno fartas e bem aquecidas nas suas casinhas, fazendo aquela festança.

Se você não pode com o inimigo, junte-se a ele. Mudei então de estratégia. Passei a imaginar qual sua comida predileta para comprá-la e deixá-la à disposição. Afinal, teríamos finalmente nosso bicho de estimação, ao menos durante o escaldante verão madrileño que já começa a nos dar adíos. É! Esta talvez seja outra idéia bem criativa...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A Estrangeira e as Maquininhas 2

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Quem acompanha o blog já deve saber das minhas poucas habilidades tecnológicas (post "A estrangeira e as maquininhas") e culinárias (post "Ana Maria Braga"). Pois bem, já pensaram o que acontece quando eu preciso usar um aparatozinho desses da modernidade para cozinhar? Isso mesmo: um estresse! Aliás, sempre me considerei uma pessoa relativamente paciente, porém, tenho chegado à conclusão de que a percepção que cultivamos de nós mesmos depende muito das experiências que passamos, e do quanto nos deparamos e reagimos ao novo. Surpreendemo-nos positiva ou negativamente com nós mesmos a cada nova situação vivenciada. Bueno, ultimamente talvez tenha me estressado por pouca coisa, mas já imaginaram quando o dito aparato modernoso é justo o fogão! E o pior é que ele é um meio termo entre o moderno e o antigo. Não tem nada pior do que "o que é e não é", ou que "parece ser e não é", ou "é e não parece ser". Explico-me: é de vitrilho, porém a gás! Explicando melhor ainda, bem didática, para aqueles que como eu não estão muito acostumados com essas coisas: ele é daquele tipo que é acoplado ao balcão, duas bocas, bonito e aparentemente moderno, porém, para você ligar exige uma dose extra de paciência, pois não é elétrico e tampouco reage à nossa antiga caixa de fósforos ou isqueiro, sacou?! Então, há um “jeitinho”, que já percebi que não é o tão propagado “jeitinho brasileiro”, que o faz funcionar. É outro tipo de jeitinho, mais complexo, chamado de manha, paciência, determinação ou mandinga espanhola para o tanto de liga-desliga que se faz necessário para que ele finalmente funcione. Até mesmo quando ele começa a funcionar é difícil de perceber, pois o início se dá com uma pequena e delicada chama, facilmente imperceptível devido ao brilho do vitrilho, sacou de novo?! Quando penso que vou cozinhar no fogão de vitrilho não elétrico?! Não dá outra: Burguer King de novo! Ai que saudade do meu antigão, que quase sempre pedia o velho e bom fósforo, uma das melhores invenções da humanidade! Que saudade!