quinta-feira, 26 de março de 2009

El Cairo - Parte I








Estou craque em me meter na mala do meu marido, que vive viajando a trabalho, e aproveitar para fazer um pouco de turismo. Bueno, eu e meu filho perdemos alguns dias de aula, mas valeu muito a pena. Fomos todos ao Cairo, capital do Egito, e, como imaginava, foi impressionante. É uma loucura. Estamos acostumados com loucuras, não?!, Brasil também o é, uma mescla de tudo, vários mundos num só país. Mas ainda assim me impressionei. Uma cidade enorme, com mais de 17.000.000 de habitantes no Grande Cairo, de maioria muçulmana, 85%, da população, cuja moeda é a libra egípcia (para se ter uma idéia, um euro equivale a 7 libras egípcias), e o árabe, a língua oficial. Localizado a Nordeste da África, o Egito é o único país do mundo intercontinental, ou seja, também se estende até a Ásia, onde fica a tão conflituosa Faixa de Gaza, também pertencente ao Egito. Bem, voltando ao Cairo, dentre outras coisas, o tráfego é um caos. Muito mais do que vocês podem imaginar. A impressão é de que não há regras, há poucos semáforos, e as pessoas adotaram a buzina como uma sinfonia diária, que não dá tréguas. Por menos preservada que esteja a maior parte da cidade, um olhar mais atento percebe o quanto a arquitetura é bonita e única. Uma cidade construída em uma região que tem mais de 5.000 anos de existência, cheia de palácios, mesquitas, templos, igrejas, hotéis luxuosíssimos, e por outro lado, relíquias se deteriorando, prédios mal cuidados e não rebocados – a cor do cimento é predominante nas fachadas, a impressão é de que toda a cidade está em obras; depois descobrimos que se uma obra termina, obriga ao cidadão pagar mais impostos, assim, as obras estão definitivamente inacabadas, e assim permanecerão a princípio. A pobreza me parece pior do que nas grandes cidades brasileiras, e a desigualdade social parece ser mais acentuada também. Às vezes, a gente pensa que está na Idade Média. Quando entramos na "zona mais moderna", sobretudo a que fica mais à beira do Rio Nilo, percebemos uma cidade mais cosmopolita, com muito melhor serviço do que na Espanha (adoro o terceiro mundo). O Nilo é uma atração à parte. Impressionantemente um oásis no deserto. Em suas margens, vegetação verdejante, e pouco mais adiante (pouquíssimo adiante, na verdade), o deserto. As famosas pirâmides de Kéops, Kéfren y Miquerinos foram construídas muito perto da cidade (há mais de 100 pirâmides em todo o Egito), assim, dependendo de onde se esteja, pode-se ver o grande deserto de um lado, e do outro, um monte de prédios; coisas dos faraós que construíam as suas “moradas no Paraíso” próximo de onde viviam. As pessoas são uma atração à parte. Sem falar das burcas ou entrar mais a fundo no tema da religião, me senti em casa. O povo é muito simpático e acolhedor, mais informal, como somos nós brasileiros, muito gentis e sobretudo sorridentes (gente!, eles sorriem!, e muito!, coisa um pouco mais rara na Europa). Vale a pena. Cairo tem muitos encantos, e uma viagem dessas vai ficar nas nossas mentes por muito tempo.