sábado, 14 de novembro de 2009

O Coliseu





Uma visita pelo Coliseu, com um bom guia, faz com que nos transportemos para aquela época, imaginando como deve ter sido aquele imenso circo cheio de gente, palco de lutas sangrentas entre gladiadores. Estes eram escravos ou prisioneiros políticos que se esforçavam ao máximo para dar um bom show, tanto para garantir a sua sobrevivência quanto para ganhar o carisma do povo, e, quem sabe, receber regalias no cativeiro, podendo em último caso ganhar a sua liberdade. Tudo ali impressiona. Construído no Império Romano durante o século I, é um grande anfiteatro que ocupa uma parte do antigo jardim da megalômana Casa Dourada, casa de Nero, cerca de 10 anos antes. O lago do antigo jardim, primeiramente aproveitado para espetáculos no Coliseu, logo foi aterrado para criar a arena onde disputavam os gladiadores.

Fruto de uma política populista, o Coliseu foi utilizado politicamente para aumentar a popularidade do imperador e desviar a atenção do povo dos verdadeiros problemas do Império. Ali, todos podiam entrar gratuitamente, de escravos a nobres, e eram alocados de acordo com sua classe social (“cadeiras cativas” e espaços privilegiados para os nobres). Foi utilizado como referência ao longo dos tempos para a construção dos nossos estádios atuais. Se ainda mantém a imponência até hoje, imagino que deve ter sido um monumento belíssimo à época, pois sua fachada era branca, feita com pedra travertina e mármore. Foi bastante saqueado, e muito do mármore, outros itens arquitetônicos e obras de arte foram retirados daí pelo arquiteto Bernini para a construção do Vaticano, e por outros para a construção de diversas igrejas e outros monumentos.

Estima-se que tinha capacidade para oitenta mil pessoas. Para se ter uma idéia, quando fazia mau tempo, um grande toldo se estendia pelo Coliseu cobrindo o público. De que maneira conseguiam tal proeza, com os escassos recursos da época, faz qualquer engenheiro ou arquiteto se impressionar até hoje. O modelo de elevadores, por onde subiam os animais até a arena, com o sistema de polias e cordas puxadas por inúmeros escravos também representa os primórdios dos nossos modelos atuais.

Algumas curiosidades é que tudo que impressionava era bem vindo, assim, desde girafas, elefantes, animais desconhecidos até então, trazidos da África, também faziam parte de vários espetáculos, onde o principal era surpreender o público. Em minha opinião, é o marco zero de qualquer visita a Roma.