domingo, 27 de julho de 2008

Mi cumple


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En Brasil, hoy, 27, es mi cumple; en España, foi ontem. Bueno, nada a dizer. Solo cantar e sentir.

sábado, 26 de julho de 2008

O mundo de lá é


O mundo de lá nunca foi, nem é, mas pode vir a ser. É promessa! Tanto quanto o de cá, de outra forma. O mundo de lá é Chico, Buarque e Sciense, e Caetano. É América... DO SUL. É rede (a de dormir, deitar, brincar, cair mesmo), é caipirinha e suco de frutas, é berimbau, é selva e mar. É Shopping. É forró, carnaval, maracatu, frevo, caboclinho, manguebeat, samba, axé, etc, etc, etc. O mundo de lá é Festa. É sofrido. É pobre. É rico. É Nelson Rodrigues. É Boneco de Olinda. É feijoada e bolo de rolo, é caldinho de... tudo; é úmido. É abraço. É cachaça. É muito ´xêro´. O mundo de lá é ´gente boa´ (o de cá é boa gente). O mundo de lá é retorno. É porto.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A busca

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Estava pensando sobre essas férias no Mundo de lá (mais uma vez). As curiosidades que me motivam conhecer mais o Brasil, saber mais sobre Recife; indagações que honestamente nunca havia tido. Pensando bem, é algo que supera a simples necessidade de explicar, no Mundo de cá, o de lá. É uma busca também por auto-conhecimento, identidade, conhecer o já tão conhecido, porém, de outra forma, agora sob as lentes da distância. É...! Um olhar estrangeiro me persegue, mesmo no meu Mundo. AQUI, devo concordar com Caetano: “menos estrangeira no lugar que no momento, sigo sozinha caminhando contra o vento.”

http://br.youtube.com/watch?v=hoMaHloFdF8

"Eu tava encostada alí minha guitarra
num quadrado branco vide um papelão
eu era um enigma uma interrogação
olha que coisa mas que coisa à toa, boa, boa, boa, boa, boa
eu tava com graça, tava por acaso alí não era nada
bunda de mulata, muque de peão
tava em Madureira, tava na Bahia, no Beaubourg, no bronx, no brás
e eu,e eu, e eu, e eu, e eu
a me perguntar: eu sou neguinha?
era uma mensagem, lia uma mensagem, parece bobagem, mas não era não
eu não decifrava, eu não conseguia
mas, aquilo ia, e eu ia, e eu ia, e eu ia, e eu ia...
eu me perguntava, era um gesto hippie, um desenho estranho
homens trabalhando, páre e contra-mão,
e era uma alegria, era uma esperança
e era dança e dança, ou não, ou não, ou não, ou não, ou não
tava perguntado: eu sou neguinha? eu sou neguinha!
eu sou neguinha? eu sou neguinha!
eu sou neguinha? eu sou neguinha! eu sou neguinha!
eu sou neguinha?
eu tava rezando alí completamente, um crente uma lente, era uma visão
totalmente terceiro sexo, totalmente terceiro mundo
terceiro milênio carne nua, nua, nua, nua, nua
era tão gozado
era um trio elétrico, era fantasia, escola de samba na televisão
luz no fim do túnel, beco sem saída
e eu era a saída melodia
meio-dia, dia, dia, dia
era o que eu dizia: eu sou neguinha!
mas, via outras coisas, via o moço forte
e a mulher macia dentro da escuridão
via o que é visível, via o que não via
e o que a poesia e a profecia não vêem mais nem, vêem, vêem, vêem, vêem
é o que parecia
que as coisas conversam, coisas supreendentes
fatalmente erram, acham solução
e que o mesmo signo que eu tento ler e ser
é apenas um possível ou impossível
em mim, em mil, em mil, em mil
e a pergunta vinha: eu sou neguinha? eu sou neguinha!
eu sou neguinha? eu sou neguinha!
eu sou neguinha? eu sou neguinha!
eu sou neguinha? ....."


Vanessa da Mata canta Caetano

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Por que "Recife"

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"Ensinam os filólogos que a palavra arrecife é a forma antiga do vocábulo recife e que ambos procedem do árabe, ar-raçif, que significa calçada, caminho pavimentado, linha de escolhos, dique, paredão, muralha, cais, molhe. No antigo castelhano arrecife tinha o sentido de caminho, banco ou baixio mar". José Antônio Gonsalves de Mello, em O Recife e os arrecifes.

A cidade anfíbia

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"É essa planície constituída de ilhas, penínsulas, alagados, mangues e pauis, envolvidos pelos braços d'água dos rios que, rompendo passagem através da cinta sedimentar das colinas, se espraiam remansosos pela planície inundável. Foi nesses bancos de solo ainda mal consolidados – mistura ainda incerta de terra e de água – que nasceu e cresceu a cidade do Recife, chamada de cidade anfíbia, como Amsterdã e Veneza, porque assenta as massas de sua construção quase dentro de água, aparecendo numa perspectiva aérea, com seus diferentes bairros flutuando esquecidos à flor das águas". Josué de Castro

Mais mundo de lá

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Foto Recife: http://www.learn-portuguese-brazil.com.br/images/recife.jpg

"Fundada em 1537 pelos portugueses, Recife é a capital mais antiga do Brasil. Localizada no litoral do oceano Atlântico, tem uma área de 218 km² e uma população de 1,4 milhão de pessoas (3,5 milhões na região metropolitana). Cercada por rios e cortada por pontes -ao todo, 60 -, Recife é cheia de ilhas e mangues que marcam sua geografia. É conhecida como a Veneza brasileira, graças à semelhança com a cidade européia. Com um PIB de quase doze bilhões de reais, é considerada a cidade mais rica da Região Nordeste e o maior centro regional nos setores de comércio e prestação de serviços (84,3% do PIB). A cidade possui vários pólos de desenvolvimento, como o pólo médico, um dos maiores do Brasil e o conceituado pólo de software, chamado de Porto Digital, que abriga diversas empresas de Tecnologias da Informação. Pela privilegiada posição geográfica, tem se destacado também como um importante pólo logístico, com dois portos e o maior aeroporto do Nordeste. A cidade sempre foi berço de intensa atividade cultural. Poetas e escritores como Manuel Bandeira, Clarice Lispector, Gilberto Freyre, Paulo Freire e João Cabral de Mello Neto são alguns dos grandes expoentes. Na música, especialmente pela sua pluralidade de ritmos, como o frevo e o maracatu, sua efervescência cultural também a tornou lar de diversos músicos e compositores tradicionais e contemporâneos, como Capiba, Antonio Maria, António Carlos Nóbrega e Chico Science. Hoje em dia, é um pólo-cultural em constante crescimento nas artes visuais, música, teatro, literatura e gastronomia. Recife guarda grandes riquezas histórico-culturais e belas praias urbanas, uma parada obrigatória para turistas do mundo inteiro. As principais atrações turísticas em Recife são:
- Atelier de artes cerâmicas de Francisco Brennand;
- Instituto Ricardo Brennand (Castelo)
- Conjunto arquitetônico do Bairro do Recife Antigo;
- Prédio do Paço da Alfândega (Shopping Paço da Alfândega);
- Praia de Boa Viagem;
- Olinda, Patrimônio Histórico da Humanidade;
- Casa da Cultura: lojas de souvenirs e artesanato;
- Pátio de São Pedro;
- Museu do Estado;
- Museu de Arte Moderna (MAMAM);
- Diversas igrejas e monumentos históricos.

Recife está próxima a diversas praias muito procuradas como ponto turístico na circunvizinhança, em especial Porto de Galinhas (PE, 60 km ao sul)- considerada a praia mais bonita do Brasil -, Tamandaré (PE, 110 km ao sul), Ilha de Itamaracá/Coroa do Avião (PE, 40 km ao norte), Maragogi (AL, 150km ao sul), Tambaba (PB, 115km ao norte) e Praia da Pipa (RN, 280km ao norte)."

Copiado do Site http://www.pe.senac.br/ascom/Congresso/olocal.asp do VI Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, que acontecerá em Recife, de 17 a 19 de setembro de 2008, no Centro de Convenções de Pernambuco/Olinda - PE.

Foto Boa Viagem http://rt-travelweb.com/img/recife1.jpg

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Evocação do Recife

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http://www.vagamundos.net/v3.1/img/dsc02720_recife.jpg

"Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!Não sai!
A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão
(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)
De repente nos longos da noite um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era são José.
Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.
Rua da União...Como eram lindos os montes das ruas da minha infância
Rua do Sol (Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade......onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora......onde se ia pescar escondido
Capiberibe- Capiberibe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
Banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento
Cheia! As cheias!
Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu
E nos pegões da ponte do trem de ferro os caboclos destemidos
em jangadas de bananeiras
Novenas
Cavalhadas
E eu me deitei no colo da menina e ela começoua passar a mão nos meus cabelos
Capiberibe- Capiberibe
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...Rua da União...A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô."

Manuel Bandeira



Ser brasileiro é um sentimento



Estava pensando…por que é tão bom tudo isso aqui?!, digo: do lado de lá, chamado Brasil – PE- Recife....!!!!! São as referências culturais? - Vale! (vale, em español é = ok!), é a nossa relação e história com cada pedacinho de chão? - também vale!, é a família? - vale muito!, é o jeito brasileiro de ser? - vale muito, muito, muito! É a beleza das nossas riquezas naturais? - também vale! Bueno, depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que ser brasileiro é um sentimento. Amar ser brasileiro é um sentimento maior ainda, que não tem nada a ver com a negação do bom que há em outros países, ou em ter outras nacionalidades. Sem ufanismo, narcisismo ou egocentrismo, se é que dá pra entender... Explicando melhor: minha irmã tem um blog chamado “Coisa de mãe” http://www.coisademae.blog.br/e ela estava dizendo que ser mãe é, antes de tudo, um sentimento; há mães que não sentem a maternidade de forma intensa ou nem mesmo sentem!, e outras que não são mães biológicas e sentem tudo!, são muito maternais e amam tanto quanto...ou mais. Pois bem, pode parecer uma viagem, mas me lembrei um pouco da sensação de estar no Brasil, mais especificamente, em Recife. Por mais que eu compare e encontre prós e contras em todos os lugares, ser Recifense, Pernambucana, Brasileira é, antes de tudo, um sentimento; um sentimento de pertencimento e de encontro. É a apropriação de tudo de bom (e de ruim) que representamos, afinal, somos a soma de tudo que somos (de bom e de... ruim), mesmo. Não há ser humano só bom, como o revés também é improvável. Então, ser brasileiro, é antes de tudo, se sentir brasileiro e, mais do que isso, amar essa condição e não trocá-la por nada, por mais maravilhoso que seja o país onde se está vivendo. Ser brasileiro é tudo! E muito mais.

"Grande pátria, desimportante, em nenhum instante, eu vou te trair!"

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Boa Viagem, no Mundo de lá

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Foto de: Marcelo Cabral


Após uma semana chuvosa de inverno, finalmente o sol aparece. É verdade que a chuva ameaçou em alguns momentos da manhã, mas logo logo deu uma trégua pra que pudéssemos aproveitar um pouquinho mais da praia. Boa Viagem é uma praia urbana típica, situada em Recife, deve ter em média sete quilômetros (7 km) de extensão. Para quem não conhece, é margeada por coqueiros e edifícios em quase toda a orla, areias claras, cor do mar esverdeada; quando a maré baixa, forma piscinas naturais protegidas por arrecifes. A temperatura média da água é de 26 graus. No calçadão, pista de cooper e ciclismo, quiosques vendendo água de côco e outras cositas más, equipamentos de musculação, alguns chuveiros para tirarmos o sal. Os ambulantes, aos montes, vendem de tudo. Alugam cadeira e guarda-sol, ou simplesmente permitem o seu uso em troca do consumo de alguma(s) bebida(s). O bom de BV é sentar numa cadeira de praia, à sombra de um guarda-sol, contemplar a paisagem, “jogar conversa fora”, tomar uma cerveja estupidamente gelada, tomar caldinho de feijão, mergulhar ocasionalmente no mar, no raso (é uma praia com vários registros de ataques de tubarão - a prática do surf foi proibida), e aproveitar essa vidinha difícil. Com um bom protetor solar, ficamos horas a fio sem fazer nada, só contemplando e papeando. Meu sobrinho, de apenas dois anos, depois de beber água de coco, suspirou e repentinamente disse “vida boooooa”. Só me resta concordar.


terça-feira, 8 de julho de 2008

Recife urgente

Num dos emails trocados com Antônio, quando eu estava no Mundo de cá, em maio deste ano, ele me descreveu como estava Recife, a seus olhos:

"Os flamboyans que margeiam o Capibaribe ao lado do Campo das Princesas estão lindamente floridos. Formam um belo cenário com o casario da Aurora. Recife tem um charme que aprecio muito: um ar decadente, de uma cidade industrial terceiromundista, mas com a delicadeza do neoclassicismo das grandes cidades européias, como Paris e Londres. Pena estar tão mal-cuidada. E não digo pela limpeza, conservação, ou coisas do gênero. Mas pela lógica de ocupação da cidade estar mudando. De não ter mais tanta gente que goste da rua, que goste de flanar, que ocupe os espaços públicos. Visivelmente, com a verticalização, a cidade está cada dia mais pós-moderna. Pessoas que saem e voltam para as suas casas de carro, que não se misturam com os da rua, que têm o shopping como o único parâmetro de espaço público. A tônica da ocupação urbana de Boa Viagem está tomando conta de todo o resto. Lamento porque, sem gente para ocupar, o patrimônio da cidade pode se diluir sem que ninguém perceba."

Estando agora no Mundo de lá, concordo plenamente com ele. Recife é lindíssima!, mas anda realmente mal-cuidada. Cada vez é mais difícil usufruirmos da beleza da sua paisagem: são tantos prédios, muitas vezes colados uns nos outros, cada um brigando por um espaçozinho de céu que possa ser visto da sacada das janelas; as ruas, mal pavimentadas, esburacadas em muitos trechos; as calçadas, em péssima conservação, têm sumido gradativamente, tanto que o pedestre tem que tomar muito cuidado para, ao se deslocar, não ganhar uma torsão de brinde, isso se conseguir não ser assaltado... Embora ele não tenha entrado no mérito da limpeza ou conservação, acrescentei esse item, sim. A recuperação das praças parece estar em andamento, a de Oswaldo Cruz está, por sinal, muito agradável, no entanto, infelizmente há muitos espaços que pioraram. A troca da calçada de pedras portuguesas da Av. Boa Viagem foi um pecado, a pista de ciclismo lateral, é uma piada, mal projetadíssima. A Conde da Boa Vista: lastimável. Recentemente "remodelada", a sacada/teto das paradas de ônibus foram tão mal planejadas na rua, que ficaram muito rentes à pista, de maneira que, mesmo com tão pouco tempo de construídas, já se encontram amassadas. O que acontece, provavelmente, é que os ônibus quando páram, se se encostam um pouco mais da calçada, amassam o teto da parada, sacou? É meio difícil de entender mesmo, em todos os sentidos. Outra grande obra, de terrível gosto, o Dona Lindu: espero não ter saído do papel - nem sei como está (desculpem a desinformação). Bueno, pode parecer a vosotros que eu voltei "europe-zada", e que agora estou arrogantemente desprestigiando a minha terra, o que não é verdade, sou LOUCA por isso aqui, acho a cidade maravilhosa, gosto do clima, da identidade cultural, da simpatia e gentileza das pessoas, da beleza de suas pontes, da música sempre presente pelas ruas, do astral e bom humor generalizado, da praia, dos casarões, das igrejas, dos fortes, amo o Recife Antigo, adoro Brennand, Cícero Dias (mesmo tendo nascido em Escada), Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freyre, do Recife dos contos de Clarice Lispector, dos cordéis, do carnaval, da festa junina, do forró, de tudo o que é singular a nosotros, de Chico Science, de Lenine, da gastronomia, da nossa pernambucanidade, enfim, a lista é imensa! tenho muito orgulho de tudo isso aqui! No entanto, para preservar o que há de bom é fundamental não negarmos os problemas. Sei também que eles não são fruto unicamente da última administração, no entanto, ela é sim responsável! Portanto, vale um protesto. Não queria politizar o debate, até mesmo porque votei em João Paulo, mas sinceramente, espero que ele esteja cuidando bem das pessoas (slogan da sua gestão), porque da cidade, quanto mais ele "cuida", pior fica.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O tesouro

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Em algum momento de 2007, no Mundo de lá, quando eu ainda estava na ativa, trabalhando com marketing, estávamos todos ao redor de uma grande mesa, numa agência de comunicação no Recife, discutindo os melhores e piores momentos da semana referentes a alguns clientes, quando, de repente, um grito se sucede... Eu, que estava conduzindo a reunião, me espanto com tamanha eloqüência de uma das participantes: boa profissional, em crise existencial na carreira, diz de forma assustadora: “Vejam que lindo!” - Pensei: era momento para uma prensa; que nosense! No meio da reunião!

Outros colegas-chave, sócios da agência, por algum motivo que não me recordo agora, estavam ausentes neste dia...

A querida colega não desiste. Todos(as) correm pra janela. Diante do inevitável, e da ausência de algo mais interessante a dizer, também não me controlo, vou finalmente comprovar o motivo: um imenso arco-íris se forma à nossa frente, por trás das janelas de vidro transparente. Outros urros de admiração. Realmente, ele estava ali, indiscutivelmente lindo, a atrapalhar nossa reunião: “o” arco-íris. A essas alturas, o que poderia ser mais importante?! O que poderia ser mais criativo e inusitado, em plena reunião de pauta da sexta-feira, para meros mortais de uma agência de comunicação?!

Dizem que o arco-íris é prenúncio de boas novas, de um futuro colorido à frente. Me lembrei agora da tão famosa esperança. Em algum momento da reunião, filosofei timidamente: “haveremos de, um dia, encontrar o tesouro prometido no final do arco-íris”! Pouco tempo depois, descobri que o tal tesouro pode adquirir diferentes formas: um sorriso, uma simples boa notícia, e assim, nossa vida vai se enchendo de pequenos tesouros, de pequenos arco-íris, motivos de contemplação e felicidade, ainda mais espetaculares do que aquela visão! Ainda naquele momento, lembro que tirei uma foto pelo celular, e, após a reunião, enviei por email o registro do momento para os presentes. É verdade que o ocorrido foi muito rápido, talvez não tenha durado mais que dois minutos..., e logo após voltamos a nos concentrar no “importante”. Aquela cena, no entanto, não me saiu da cabeça.

Agora, de volta ao Mundo de lá, displicentemente observando o mar das minhas breves férias, presenciei outra cena admirável: outro arco-íris (ou seria o mesmo, que resolveu dar as caras nas minhas férias?!) - Pensei como estaríam todos exatamente neste momento... alguns já saíram da agência..., a querida funcionária, contempladora do arco-íris: hoje, mais carioca do que pernambucana, tenta se encontrar noutros mares (se não tiver mudado o repertório, continua cantando “Fogo”, de Capital Inicial)... Até eu, no Mundo de cá, provisoriamente no de Lá, em busca de novas cores e sons...

Faz tão pouco tempo...! O mundo dá muitas voltas, e essa frase agora não me parece deslocada, não me parece mero clichê. Tanta coisa já aconteceu... Mas o arco-íris permanece, brilhante, reluzente, e continua a nos encher de esperança sempre que aparece, seja no mundo de lá, ou no de cá; seja para cariocas, para pernambucanos, ou para espanhóis, não importa. Minha próxima procura na Espanha será por um arco-íris... Quando o encontrar, espero ter uma boa câmera nas mãos para registrá-lo. Por ora, fico com a imagem do Mundo de lá, mais precisamente da Pousada do Alto, em Japaratinga, Alagoas,... e que outros arco-íris sejam sempre bem-vindos, em todos “os mundos”. De preferência, no meu.