domingo, 18 de maio de 2008

Ser estrangeira é fazer churrrasco na chuva (lluvia)



Hoje, o marido decidiu fazer churrasco brasileiro. Bueno, muito menos estrangeiro que eu, iniciou a empreitada embalado ao som do inglês Rod Stewart e logo mudou para o pop-rock norueguês do a-ha – quem tem mais de 30 deve lembrar de ´Take on me´,´You are the one´ e outros que embalaram os anos 80. Pois bem, o sol estava ótimo. Nas ruas as pessoas davam os ares de sua graça de braços de fora nas terrazas dos bares e tudo o mais. Rod Stewart começou a tocar naquele solzão, muita animação, logo o pernil de cordeiro, lingüiças, picanha española saborosa (apesar de não ser argentina), e tudo corria às mil maravilhas... Foi só o a-há e “Celice” romperem o terraço de casa que, de repente, aquele famoso “toró”! Pense! A referência à Noruega foi fatal. A mudança de clima de forma repentina é famosa em Madri, uma mudança de 10 graus no mesmo dia é considerada absolutamente natural, por isso, muitas vezes saímos de casa com roupa de verão, mas já aprendemos que um casaquinho na mão ou amarrado na cintura é indispensável, afinal, segundo dizem no mundo de cá, “abril lluvias mil”. Mas como brasileiro não desiste nunca, logo improvisamos para darmos continuidade ao churrasco. O sol a essas alturas foi tocar em outra freguesia. Decidimos também algumas mudanças de percurso. De cerveja para uma boa cidra Andaluza, e por fim o vinho gallego Albariño, sem esquecer da providência imediata: calar a boca do pobre a-ha, atrás de algo más caliente. A estrangeira não tarda a colocar um bom forró de Elba. Como tudo é uma questão de perspectiva e nada é perfeito, churrasco na chuva também pode ser muito agradável. Porém, com a-há, never more.


Celice