Chegaram nossas malas (caixas) de Madrid. É que nossa mudança veio de navio e levou dois meses no trajeto até Buenos Aires. Felizmente, dessa vez demorou exatamente o tempo programado. Quando nos mudamos do Brasil pra Espanha, nossas coisas - móveis, utensilios de cozinha, álbuns, livros, brinquedos, enxoval de cama, mesa e banho - levaram 6 meses para chegar. Passamos um bom tempo com uma cama na sala, que fazíamos de sofá para assistirmos à televisao. Quando chegaram, já haviamos comprado o básico no baratíssimo IKEA e nem nos lembrávamos mais do que havia na bagagem.
Essa é minha segunda experiência de mudança de país e percebo que dessa segunda vez encarei com menos ansiedade a falta das minhas coisas. O tempo vai passando e a gente vai desapegando. Valorizo mais as fotos e pequenas lembranças que compro em cada lugar que vou. Elas me fazem lembrar de acontecimentos mais relevantes; onde estava, como me senti... fazem com que passe um pequeno filme na minha cabeça. Se tivessem dito que o navio tinha afundado com tudo, seguramente teria lamentado bastante, mas de pouca coisa eu sentiria realmente falta...
Ainda assim, é divertido remontar uma casa. Minha "diversão" atual é abrir caixas. E percebo que pouco a pouco vou redescobrindo meus objetos. Cada um conta um pouquinho da nossa história. Têm as caixas da saudade, com objetos de decoração do Brasil e de Madri; as caixass da chatice, com os utensílios de cozinha; as caixas do incompleto, com o material do meu doutorado; as caixas do "novo amor" com as coisinhas do meu segundo filho de apenas 3 meses; as caixas do antigo novo amor, com as coisas do meu primeiro filho de 9 anos; as caixas do primeiro amor, com as referências do namoro, noivado e casamento; as caixas da aventura, com panfletos, fotos e objetos de viagens; as caixas do esquecido, com as cifras de músicas para violão; as caixas da amizade, sobretudo com as lembranças do antigo trabalho; as caixas da desilusão, com projetos incompletos, recortes de jornal e revistas e referências de sonhos não concretizados; as caixas do conhecimento, com os livros sobre os mais diversos temas; as caixas da diversão, com cds, dvds... Mas sem dúvida predominam as caixas da saudade e do supérfluo, com tantas coisas que acumulamos que realmente não necessitamos.
Bom, a reorganização e decoração do novo ambiente ajuda no processo de adaptação. Nossas coisas de certa forma têm a nossa cara e essa identidade faz com que a gente se sinta mais em casa. Bom, de todas formas é cansativo e ainda falta toda uma semana de organização... Agora mesmo estou procurando a caixa da paciência, ela precisa estar em algum lugar dessa casa.
Essa é minha segunda experiência de mudança de país e percebo que dessa segunda vez encarei com menos ansiedade a falta das minhas coisas. O tempo vai passando e a gente vai desapegando. Valorizo mais as fotos e pequenas lembranças que compro em cada lugar que vou. Elas me fazem lembrar de acontecimentos mais relevantes; onde estava, como me senti... fazem com que passe um pequeno filme na minha cabeça. Se tivessem dito que o navio tinha afundado com tudo, seguramente teria lamentado bastante, mas de pouca coisa eu sentiria realmente falta...
Ainda assim, é divertido remontar uma casa. Minha "diversão" atual é abrir caixas. E percebo que pouco a pouco vou redescobrindo meus objetos. Cada um conta um pouquinho da nossa história. Têm as caixas da saudade, com objetos de decoração do Brasil e de Madri; as caixass da chatice, com os utensílios de cozinha; as caixas do incompleto, com o material do meu doutorado; as caixas do "novo amor" com as coisinhas do meu segundo filho de apenas 3 meses; as caixas do antigo novo amor, com as coisas do meu primeiro filho de 9 anos; as caixas do primeiro amor, com as referências do namoro, noivado e casamento; as caixas da aventura, com panfletos, fotos e objetos de viagens; as caixas do esquecido, com as cifras de músicas para violão; as caixas da amizade, sobretudo com as lembranças do antigo trabalho; as caixas da desilusão, com projetos incompletos, recortes de jornal e revistas e referências de sonhos não concretizados; as caixas do conhecimento, com os livros sobre os mais diversos temas; as caixas da diversão, com cds, dvds... Mas sem dúvida predominam as caixas da saudade e do supérfluo, com tantas coisas que acumulamos que realmente não necessitamos.
Bom, a reorganização e decoração do novo ambiente ajuda no processo de adaptação. Nossas coisas de certa forma têm a nossa cara e essa identidade faz com que a gente se sinta mais em casa. Bom, de todas formas é cansativo e ainda falta toda uma semana de organização... Agora mesmo estou procurando a caixa da paciência, ela precisa estar em algum lugar dessa casa.