sábado, 23 de agosto de 2008

As férias de verão

...................................................

Palma de Mallorca


Durante o primeiro semestre, em virtude da fase de adaptação à Espanha, e, em especial, do nosso filho estar começando no colégio, viajamos muito pouco. No entanto, estamos aproveitando as férias de verão, quando Madri está bem mais deserta do que o habitual, para conhecermos um pouco os seus arredores. Assim, fomos a Soto Real (uma pequena cidade serrana aqui perto), Segóvia, e Palma de Mallorca, esta última, como já disse, fizemos o trajeto, de uma hora, de avião. Antes de falar de Palma, e mostrar suas lindas paisagens, vale ressaltar a importância das férias para os espanhóis, ou melhor, para os europeus, em geral.

No Brasil, é muito freqüente as pessoas venderem suas férias, gozá-las de pouquinho em pouquinho, ou simplesmente permanecerem trabalhando durante todo o ano. Creio que, neste aspecto, a relação dos espanhóis com o trabalho é mais saudável. Claro que a questão salarial pesa, uma vez que ganham melhor, podem se dar o luxo de saírem de férias e, sobretudo, de viajarem, já que tudo é tão perto. Mas creio que é mais que isso. É também cultural. Estivemos há 2 anos em Paris, nesta mesma época, e não era raro encontrar uma loja fechada com um aviso de que estavam de férias, informando quando voltariam a trabalhar. Outro fato é que, possivelmente em função da mão-de-obra brasileira ser bem mais barata, as lojas não fecham, se alguém sai de férias, outro funcionário pode ser contratado temporariamente. Aqui, salvo os grandes estabelecimentos comerciais, muitas lojas são geridas por grupos familiares, que saem de férias no mesmo período e, portanto, simplesmente não abrem suas portas. Enfim, pelas viagens que já fizemos, e pela experiência de outros amigos, não creio ser exagero dizer que a Europa pára um pouco durante o verão. Há os turistas, é verdade, e uma parcela da população que não viaja, sobretudo, a que vive do turismo, mas, mesmo no centro de Madri, se vê bem menos gente que o habitual.

Há também o fator clima. Agora está mais fresco, mas assim que voltei do Brasil, o termômetro facilmente marcava 40 graus, num clima super seco. As pessoas fogem desse calor, crêem que é mais fácil se protegerem do frio, já do calor, não tanto, sobretudo quando elegeram as calles (ruas) como seu grande point.

Definitivamente, é uma época que não recomendo vir a Madri, que fica muito menos interessante. Apesar das piscinas estarem abertas, do clima estar mais favorável para nosotros brasileños que estamos mais acostumados com o calor, do trânsito estar fluido, e estacionamentos, vazios (normalmente, um problema no dia-a-dia madrileño), assim mesmo, não vale a pena. Estamos dando um jeito de também nos ausentarmos da cidade sempre que possível.
Bem, quanto à Mallorca, aguardem o próximo post. Essa, vale super a pena! Especialmente, no verão.

Tragédia em Madri

.........................................................
Com esse título, não quis ser sensacionalista como os jornais, mas não consegui descrever de outra forma o que se passou recentemente em Madri, em virtude da queda do avião da Spanair no aeroporto de Barajas, na última quarta-feira, a caminho de Palmas, nas Ilhas Canárias. Inicialmente, imaginei que o avião estava indo para Palma de Mallorca, no Mar Mediterrâneo, uma das Ilhas Baleares, nosso destino há uma semana, quando aproveitamos o feriado madrileño 15 de agosto (dia de La Virgen de La Paloma) para passarmos alguns dias na praia.

Em função da confusão de nomes, me senti uma passageira com muito a comemorar, poderia ter sido conosco (arrepios)! Na verdade, nos sentimos como aquele passageiro que desiste de última hora de fazer o percurso e, por sorte, ganha mais uma oportunidade para continuar seu caminho. O fato de não ter sido conosco, ou com alguém conhecido, não alivia, no entanto, a comoção por tamanha tragédia.

Nunca havia tido nenhum acidente do tipo com a companhia espanhola Spainair, e lamentamos a fatalidade, que provocou 153 mortos, dentre eles, 22 crianças, e 19 feridos graves que ainda se encontram nos hospitais de Madri.

Luto na Espanha, pronunciamentos mil, inclusive do presidente espanhol, e apuração dos fatos. Só nos resta rezar! Que o diga minha mãe, que voltou a ir à missa, no Brasil, para agradecer por nossa tranqüila viagem a Palma... de Mallorca. Gracias a Dios!