segunda-feira, 16 de junho de 2008

Tô chegando......

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MÃE: BOTA ÁGUA NO FEIJÃO, QUE EU TÔ CHEGANDO...............!!!!!!!!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=A-NRPRoCwsI

Ser estrangeira é estar sempre faltando um pedaço... tô voltando

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Tô voltando…. por um tempinho curto, mas tô voltando... Ai, que ansiedade! Foi tudo muito bom, foi tudo muito bem, mas realmente, nada melhor do que voltar para casa!!!!!!!!!!!!!!! Como estará tudo? e todos? É verdade que tenho tido notícias, mas às vezes dá aquele friozinho na barriga, um medo de que a sua ausência (no caso, minha), não tenha sido tão sentida ou doída assim, e aí, a gente fica com um sentimento de "desimportância"... É que a vida continua! e continuou para todos, para os demais que ali ficaram, e para mim inclusive, felizmente. De qualquer forma, é muito bom estar de volta.

Bueno, de repente me bateu a nostalgia. Ser estrangeira é também “estar sempre faltando um pedaço”, então é também inevitável a saudade por antecipação de outros daqui: de Urano, já citado nesse blog, de José Maria, meu professor de espanhol, e de Amaya, mãe de uma coleguinha do meu filho. Esses dois últimos são novidades pra vocês e merecem reverências especiais.

As minhas aulas de espanhol são não só uma oportunidade de aprender o idioma, mas também uma excelente maneira de descobrir mais sobre a Espanha, sobre os espanhóis, o mundo, a Amazônia (pasmem, meu professor sabe mais do que eu sobre o assunto! olhe que eu sei, viu! - tive que aprender, né?!), história, e tudo o mais de interessante, no presente - passado - ou futuro do indicativo, subjuntivo e em todas as formas gramaticais que tenho direito. As aulas são ótimas, a pessoa, maravilhosa, um amigo da família, já podemos dizer, motivo do nosso primeiro almoço com um “nativo”, preparado com todo o carinho por minha sogra quando estava por aqui. Tudo pode ser tema de aula e debate caloroso, ultimamente, regada a algumas xícaras de café que, a duras penas, finalmente consegui fazer a contento – depois de 4 meses, já era tempo, não?

Já Amaya...bem, sobre ela não há muito o que dizer, só sentir. O seu carinho, acolhimento, disponibilidade, interesse em nos conhecer e fazer-se conhecer... Quando vou deixar Iago na escola: ou me chama pra um café, ou me dá carona, ou me convida pra algum outro programa, e sempre se preocupa em saber como estou e se preciso de alguma coisa. Um anjo da guarda, não resta dúvidas. Uma figura boníssima, gentil, carinhosa e muito sensível. Desejo a ela tudo de bom, e à sua linda filha, muito fofinha, Elba.

Sentirei saudades deles... e assim, mesmo com a felicidade que me acompanha na expectativa da partida para o Mundo de lá, sinto uma tristeza pelo que deixo aqui. Apesar das dificuldades encontradas no princípio, posteriormente também encontrei carinho e acolhimento. Bem, deles só estarei distante um “mesinho”, já dos queridos que deixei no Brasil, bem mais tempo, por ora. Então, resta-me aproveitar a felicidade do reencontro com o Mundo de lá. E que o Mundo de cá me aguarde, espero eu, tão saudoso quanto eu o deixarei.

Madrid es infinita en nuestra imaginación y diminuta en nuestra realidad

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Quando li a frase Madrid es infinita en nuestra imaginación y diminuta en nuestra realidad, escrita por Eduardo Verdú no primeiro mês da minha estada aqui, pensei: “- por quê? O que queria dizer realmente...?” Agora, após 4 meses, ela me parece cristalina e absolutamente verdadeira. Quando pensamos em Madri, sobretudo em morar aqui por um tempo, imaginamos poder aproveitar a noite madrileña, assistir a várias exposições, visitar a todos os museus, desfrutar das inúmeras opções culturais que, diga-se de passagem, existem para todos os gostos e tribos. Em tese, a cidade não pára! Bueno, parece, no entanto, que, seja para mim que sou estrangeira, ou para o escritor madrileño, a rotina se impõe de todas as formas. No caso dele, trabalho – casa – levar e pegar crianças na escola – dar atenção à esposa – aproveitar o domingo para descansar - ver um filme no cinema, e tudo o que quase todos nós, rélis mortais de classe média, fazemos, seja aqui, no Brasil ou na China. É verdade que uns vão à praia, outros ao parque, uns isso, outros aquilo... é verdade também que os estilos de vida são diferentes. Mas também é verdade que o cotidiano acaba por se impôr de tal forma que o glamour antes imaginado se esvai diante das necessidades da vida cotidiana. No entanto, não posso me queixar. Estamos muito bem instalados, fomos a várias peças de teatro, alguns museus, saímos algumas noites como los gatos madrileños, aprendemos muito desde o español à vida a la européa; li bastante, assisti a alguns eventos de marketing, conheci um pouco de Madrid para los niños - crianças - , fiz alguns poucos porém bons amigos..., enfim, aproveitamos bem!, dentro do possível. Mesmo assim, fica uma sensação de "quero mais" e uma lista enorme de interesses e objetivos ainda ñ alcançados. Talvez por isso tenha me identificado tanto com a descrição de Verdú. Vou passar um mês no Brasil e quem sabe na volta, uma vez mais adaptada, sabendo me comunicar melhor e conhecendo mais o que me espera aqui, Madri passe a ser mais próxima ao imaginado. Verdú talvez duvide, mas posso aproveitar mais, apesar da rotina que se impõe no nosso dia-a-dia. Há ainda muito a ser explorado e...bueno... amanhã hay de ser otro dia. Felizmente.




http://br.youtube.com/watch?v=WBwo5MzB7io