Acabei de ler um jornalista do El País citar uma frase de Juan Filloy que diz: "Cuando usted viaje, deje su vida en su casa, su pueblo, en su ciudad. Es un artefacto inútil". Cá pra nós, merece reflexao e comentários. Mañana tal vez. No mundo de cá, já passa da uma de la mañana. Como se diz em Espanhol quando se vai completar algo adelante: "A ver..."
4 comentários:
Adorei este pensamento. Inspirou-me bastante...
Como do lado de cá, nóis tem Carlos Drummond de Andrade, lá vai:
Eu quisera ver o mundo
Eu quisera ver o mundo
como o vê Sérgio Bernardo:
ver, no mundo, os muitos signos
que vigiam sob as coisas.
Sentir, sob a forma, as formas,
os segredos da matéria,
mais a textura dos sonhos
de que se forma o real.
Ver a vida em plenitude
e em seu mistério mais alto;
decifrar a linha, a sombra,
a mensagem não ouvida
mas que palpita na Terra.
Eu quisera ter os olhos
que assim penetram o arcano
e o tornam (poder da imagem)
um conhecimento humano.
Quisera, Estrangeira!
Somos todos estrangeiros neste Estranho Mundo!
Cris,
Pensando sobre a frase citada, se é que entendi seu verdadeiro significado, discordei por achar que os acontecimentos da nossa vida jamais serão um artefato inútil. Somos a síntese do que vivemos e carregamos esse resumo de nossa história para onde quer que se vá.
Por outro lado, concordo com as frase se ela diz para se deixar para trás todo o peso do que vivemos. A carga do que nos aconteceu de desagradável, os afazeres e compromissos. Esse sim é um peso inútil que não deveriamos levar sequer estando em casa.
E esse mix de português e espanhol? Menina, a espanha está fazendo de você uma poetisa?
Beijo grande!
Lú:
Estou é nostálgica, isso sim! Sobre a frase, acho que vc compreendeu perfeitamente o espanhol, é que ele dá margem a diversas reflexoes. Ele me fez lembrar o que Zé disse em dezembro, lembra!, na confraternizaçao, quando me aconselhou a aproveitar o que há de bom, esquecendo um pouco o que eu vivia no Brasil. Me faz lembrar de Amélia quando me diz para potencializar a experiÊncia. Me faz lembrar também de Antônio quando diz pra eu descobrir o que há de bom na solidao, mesmo que ela seja meio relativa. Mas concordo com vc quando fala pra eu carregar comigo as boas lembranças, e tudo o mais. Isso me fez lembrar um gol de placa, feito de fora da área (único por sinal), apesar da goleira ser show de bola!!! Essa lembrança, entre outras, com certeza nao é um artefacto inútil.
Beijos e saudades.
Ah, ensina à atacante como se posta um comentário num blog, né?!
Resposta ao comentário de Christianne, "eu quisera ver o mundo", de Drummond:
- É simples, vem ver o Mundo de cá. Estou te esperando, que tal em junho?
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