quinta-feira, 12 de junho de 2008

Lá vem o sol

"El sol fogoso de junio desabrocha las camisas, fulmina los calcetines, destapa los ombligos y recorta los pantalones. Ahora no sólo es el espejo del baño el testigo de nuestro físico, sino que nos exponemos a las miradas ajenas que nos contemplan despiadadamente y nos obligan a tomar conciencia de nuestra piel enmohecida por las sombras del abrigo. El reflejo de las pupilas extrañas nos devuelve la verdadera estampa de nuestro cuerpo impúdicamente desfondado, vago y decepcionante." (Eduardo Verdú)

É assim que o escritor e jornalista Eduardo Verdú descreve a chegada do verão em Madri. Apesar de ainda estarmos na primavera, que diga-se de passagem tem sido mais fria e chuvosa do que o usual, o sol já dá mostras de que está vigilante, esperando uma brechinha para finalmente se impor no nosso dia-a-dia. Pois bem, comprovamos o relato de Verdú no último sábado. Fomos aos Jardines de Sabatini e à Plaza de Oriente. Um lugar belíssimo, cheio de vida, gente de toda parte do mundo, e mais um convite a um banho de sol. Lamentamos não termos feito um piquinique, bem ao gosto europeu, mas passamos uma tarde muito agradável. Iago corria de um lado pra o outro, brincava por entre os “labirintos” construídos com a vegetação, e eu não me cansava de tirar fotos para poder compartilhar com vocês aqui no Blog.



É impressionante como o sol é um convite às demonstrações públicas de afeto. Casais de namorados passeiam de mãos dados, expõem seus corpos pouco cobertos e aproveitam para se banharem nos lagos e fontes, presentes nas praças. Muitos se deitam nas gramas e ficam em estado de contemplação, sonolência, namoro, tudo como um ritual bem ensaiado de reverência ao “deus” sol, à natureza, e à vida em todo o seu deslumbre. Naquele solzão, me permiti ser menos estrangeira. Deitamos então na grama e aproveitamos o agradável e ensolarado dia.
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