domingo, 8 de junho de 2008

Meu amigo, o violão












Meu lindo sobrinho João Marcelo, que ama me ouvir tocar, e meu amigo, o violão.


Quando disse pra Chico, meu antigo professor de violão, que viria para a Espanha, ele me disse: "leve seu grande amigo: o violão". Dito e feito. Não sabe ele que deixei meu amigo no canto, meio abandonado. Até que, há dois meses, num belo dia, indo a Moncloa resolver a papelada da minha futura Universidade, dei de cara com a "Casa do Brasil" e uma faixa: "clases de guitarra brasileña". Pensei, se ensinam guitarra e do tipo brasileira, devem ensinar violão e, com sorte, a tocar música brasileira. No meu parco espanhol, não sabia eu que era justamente isso que a faixa dizia: violão em español é guitarra, e ensinavam justamente a tocar música brasileira. E foi assim que conheci um outro amigo e professor brasileiro, há 30 anos vivendo em Madri, Urano Souza. Há dois meses que tenho classes com ele, mas meu violão normalmente só me faz companhia pouco antes das aulas e durante elas, motivo de uma bronca do meu professor ao observar claramente, pela agilidade dos meus dedos e a falta de calos nas mãos, que não tenho treinado como deveria. Depois das aulas, em geral, meu amigo, o violão, volta pro canto, e me observa blogar, fazer o serviço doméstico, ler, cuidar de Iago, estudar español e tudo o mais que me parece hoje mais urgente para a nossa adaptação aqui. Assim, apesar da proximidade, sinto saudades dele, mesmo aqui, do meu ladinho. Sou uma amiga ingrata e ausente. Meu violão me acompanha desde os meus 14 anos, quando o recebi de presente da minha mãe, exímia tocadora de teclado e minha maior incentivadora artística. Tem um som bonito e diferenciado, está meio velhinho, é verdade, começou a trastejar e necessita de cuidados especiais. Daqui a 15 dias, vou visitar a terrinha e ele me acompanhará de volta. Quem sabe será uma nova fase do nosso relacionamento, e voltamos a nos divertir juntos de novo. Não vejo a hora. Acho que ele também não.

"Certo dia encontrei-me com um amigo
que deixou-me contar minhas tristezas
Vendo nele ternura e sutilezas
Nos abraços que dele fiz abrigo

Mesmo hoje, depois de tantos anos
Nosso amor continua assim perene
Eu querendo que ele me envenene
E ele sendo o veneno dos meus planos

Amizade igual nunca encontrei
Pois às vezes que eu o pocurei
Estendeu o seu braço em minha mão
O amigo que falo não é gente
É divino e pra mim foi um presente
Que o tempo me deu, meu violão"

Do Poeta Zeto, de São José do Egito. Contribuição de Aloisio Arruda, outro grande amigo, que me mandou o cordel. A ele dou Gracias!





..........................................................................................Meu amigo e professor no Brasil,Chico

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi amiga,
Pelo visto você deve vir pelos lados de cá, é isso?
Vem matar as saudades?
Vem a familia toda? por qunto tempo?
Beijos de quem está alergica... nariz daquele jeito!
Josete

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Josinha:
Vamos todos, eu passarei um mês com Iago, já Demetrio, 15 dias. Nos vemos pra banda dos lados de lá (daí), em breve. Beijinhos,
Cris

Christianne Alcântara disse...

Esse seu sobrinho é bonito mesmo. E parece que tem saudades da inspiração da tia...