segunda-feira, 4 de maio de 2009

De Forró a Bossa Nova

Vi no blog de anlene o video de Marcos Vale e BossaCucaNova e adorei. Compartilho também aqui com vocês. Aliás, já está confirmada minha BossaTapNova para fim de junho para Recife, e embora Marcos Vale e CucaNova nunca pintem por lá, a bossa será forró, chegarei justo na tarde de São João. Creio que a galera tá meio feliz e triste com a data, afinal, no dia 23, "alguém", pai, mãe, irmã ou lo que sea tem que estar no aeroporto ao invés de estar (com seus abrigos) no "frio" de inverno de 20 graus de Caruaru, Gravatá ou Campina Grande, pulando fogueira, tomando pinga, ou comendo pamonha (ou bolo de milho, milho assado, pé-de-moleque e outras guloseimas juninas). A festa de São João é maravilhosa no Nordeste do Brasil, muitos a preferem ao carnaval. Cresci ouvindo sanfona e cordel, minha avó paterna tinha mania de responder à gente em verso. Minha avó materna (pra não provocar ciúme lá no céu), tinha Lampião como ídolo, e, honestamente, acho que tinha uma frustração danada de não ter virado a "Maria Bonita" da história.

Eu adorava vestir minha roupa de matuta, ver soltarem balão e pularem fogueira, com medo de à noite fazer xixi na cama, uma das crendices populares. Também fiz algumas simpatias pra Santo Antônio pra saber com quem ia me casar e, por casualidade ou não, deu "D" umas 3 vezes, primeira letra do meu Distinto marido, me revoltei porque na época era gamada por um carinha da escola que se chamava Ricardo, por isso insisti em repetir a simpatia.

Essas lembranças enchem meu coração de saudade. Tive uma infância feliz e muito rica culturalmente falando. A poesia popular, Luiz Gonzaga, as rezas e plantas medicinais das avós que curavam de catapora a gripe porcina, a aproximação com os primos, que não são poucos, deixaram boas lembranças, talvez por isto insisto em continuar me relacionando com eles, pelo menos com aqueles que não foram atraídos "pelo lado negro da força", plageando Star Wars. Embora sempre insisto que nasci e vivi na "capitá", em Recife, as idas ao interior de Pernambuco foram mais importantes na minha formação infantil. Hoje, infelizmente, só tenho ido lá pra enterro, o que é uma pena! Havia comentado, janeiro passado, com alguns primos que gostaria de voltar a Afogados da Ingazeira (esse é nome do interior dos meus pais), com eles em julho. Me olharam meio de banda, meio incrédulos, como quem diz: - só pode ser coisa de estrangeira.

6 comentários:

ATEFAR disse...

Que delícia, já de manhã, ouvir essa linda canção.
Tenha um bom dia,
Nice.

anlene gomes disse...

ai que inveja, no bom sentido viu! beijos

chess disse...

oi, achei seu blog no mundo pequeno...tb vivo em madrid. Poxa, ate bateu saudade de ouvir Luiz Gonzaga.. adoro..

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

ATEFAR,
Tive um bom dia, gracias. Q bom q vc gostou da música. Tb adorei.

Anlene, se quiser algo do Brasil/Recife, me diz, quem sabe na volta a gente se encontra pessoalmente e aí te mostro fotos e otras cositas más pra teres uma inveja "mais boa" ainda...! Abcs,

Chess,
Gracias pela visita. Volte sempre. Luiz Gonzaga é D+ mesmo. Abcs,

javi brasil disse...

Nossa...é possivel ter saudades do que nao se viveu? Muitas das coisas que você fala no seu texto ja me foram contadas pela "minha brasileira", campinense e superorgulhosa do maior São João do mundo...

Sim...saudades....

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Javi,
o que dizer? Sim, saudades. Saudades de tudo e de todos. Um abraço na sua brasileira.