sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Aconteceu em Mallorca











Sempre ouvi comentários sobre o traje de banho dos brasileiros. Que a mulher brasileira se expõe muito na praia (e fora dela), que os homens vestem sunga e não bermudão, que o fio dental tem uso generalizado, e perê rê rá rá rá.

Bueno, falando um pouco da moda praia de Mallorca, posso dizer que havia de tudo: muito "asa delta", alguns "fios dentais", havia ainda aqueles biquinis com crise existencial -que você não sabe se era um projeto de maiô que faltou pano, ou que a figura emagreceu muito e aí o tecido ficou meio..., digamos, "fofinho"- enfim, havia de tudo. E, ao contrário do que eu imaginava, alguns biquinis até bem bonitos! - perdão pela sinceridade, mas os europeus e americanos nunca foram muito fashion no quesito traje de banho, daí minha surpresa.

O mais comum, no entanto, era a famosa calcinha grande e... "top less". Nunca vi tanto peito! O legal no entanto é que pareciam de verdade, não tinham cara de silicone, haja visto que o que tinha de peito caído e pequeno?! não é brincadeira! Fiquei feliz com o fato. Me pareceu mais natural do que a onda brasileira de mulheres siliconadas. Inclusive, posso dizer que a galera está em geral mais para sarada, magra, sem celulite - inclusive as mais velhas - do que para o tipo gordinha-sedentária-não-tô-nem-aí (categoria que me encaixaria perfeitamente, se não fosse o "gordinha", ou será que estou?!). E as tatuagens? Ah, sim! Estas, tanto quanto no Brasil, ornam os mais distintos corpos, das mais diferentes idades, nos mais inimagináveis locais. Imagino!

Estava eu, displicentemente pensando sobre o assunto, quando, de repente, a uns 20 metros de mim, na Cala Mondragó, uma mulher de 40, chega vagarosamente com sua bolsa de praia. Logo após, um homem se aproxima - imagino eu, seu companheiro. Ela estende sua toalha na areia, e...assim, sem mais nem menos... tira completamente a roupa. Sim, ela fica completamente nua por alguns segundos. Pasmem! Bem, eu fiquei pasma! Pouco depois, muito tranqüilamente, veste a ENORME, enorme mesmo, calcinha de biquini na nossa frente! Tudo da forma mais natural possível. O distinto cavalheiro, aparentemente acostumado com a cena, nem aí para ajudá-la a ser mais discreta, segurar uma toalha para desfarçar, lo que sea... Fiquei chocada! Não quero dar uma de puritana, mas não me pareceu muito comum. Começamos a debater sobre se aquilo era um bom sinal, uma percepção absolutamente natural sobre a nudez, ou uma inadequação total, falta de sensibilidade cultural ou sei lá o quê, afinal, havia banheiros muito próximos, não era uma praia de nudismo, muitas crianças ao redor, idosos e tudo mais. Enfim, várias alternativas existiam para que a mulher evitasse a cena. O strip tease era absolutamente desnecessário. Bem, a discussão momentânea contudo não me ajudou muito a tirar alguma conclusão definitiva. Ah, e vocês pensam que era alguma Pamela Anderson orgulhosa por mostrar seus dotes femininos? De jeito nenhum, uma figurinha bastante normal, para não dizer, feiosa.

Bem, já percebo que não consigo aprofundar o debate, me dedicarei a outro assunto relacionado. A ver... Ah! Como as pessoas desfrutam a praia alí.

Há pessoas desfilando, outras jogando algum esporte, crianças brincando na areia, outros nadando, tudo seguindo o script de qualquer praia do mundo, suponho! No entanto, o que me chamou atenção é que as pessoas em geral estão juntas, porém, separadas. Me explico: dormindo, lendo, tomando sol, bocejando, observando... na maioria das vezes, meio mudas. Achei bastante diferente de nosotros no Mundo de lá, que aproveita a ocasião para "tomar uma", conversar, comer, enfim, para nós, brasileiros, a praia é um ambiente social. Claro que existem as praias não urbanas, mais desertas e tranqüilas. Ainda assim é um ambiente mais alegre e menos para relax do que me pareceu em Palma. Enfim, me chamou atenção. Durante toda a tarde, após tomar uma única cerveja conseguida num bar próximo, também relaxei enfim, desisti da bebedeira, e tentei desfrutar a la europea. Um amigo nosso nos trouxe um pão com jamon, que, diga-se de passagem, não provei, e pronto! Estava eu e toda a Cala como lagartixas torrando ao sol, tentando um bonito bronzeado. O problema é que, no meu caso, após me ensopar de filtro solar de número 30! Fazer o quê?! Bem que eu podia ter tentado um top less assim meio rápido para ver qual é a sensação, mas brasileiro que é brasileiro é meio tímido. Bem, quem sabe na próxima....

6 comentários:

Unknown disse...

Ficar nu é bom. E melhor de tudo: nada mais natural. Brasileiro, dependendo do que chamamos de brasileiro, pode até ser tímido, mas acaba ficando no meio termo entre o recato e a nudez total; e, por isso mesmo, como vc parece observar pelo discurso, tende a cair na vulgaridade. Nesse ponto, podíamos ter aprendido um pouco mais com os índios.

P.S.: Tou levando a sério a estória da "estrangeira". Meus comentários serão sempre nessa linha. E vou polemizar sempre. Quem mandou abrir um blog?

Unknown disse...

E tem mais: o tal do cochinillo é, sim, o mesmo que o leitão à pururuca muito comum nas Minas Geraes e nos Goiás. Adoro leitão à pururuca. Segue a receita:

INGREDIENTES:
 1 leitão pequeno
 Tempero a gosto
 Banha hidrogenada
MODO DE PREPARO:
1. Temperar bem o leitão.

2. Depois de bem temperado, passar sobre ele bastante banha.

3. Levar ao forno, mais ou menos 10 horas.

4. Assim que começar a estourar a pele já vai estar no ponto.

5. Essa é a maneira de fazer leitão à pururuca, sem precisar jogar no tacho de gordura quente, o que torna o prato saboroso e menos perigoso de fazer.

Unknown disse...

Dá uma olhada no blog do Caetano. Tá muito divertido:
http://www.obraemprogresso.com.br/

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Pururuca? Tinha um nomezinho mais bonito, não? Sou mais cochinillo! Coisas de estrangeira.

Anônimo disse...

Em mallorca o naturalismo e livre em todas as praias, so que em algumas e mais comum. Nao tem nada demais, e todos aqui estao muitissimo acostumados..

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Devo confessar que sou meio puritana mesmo. Lamentavelmente.