sábado, 5 de setembro de 2009

Mapa de los Sonidos de Tokio



No Cine Renoir, um dos poucos de Madri onde se pode ver filmes de excelente qualidade em idioma original, legendado (os filmes aqui são todos dublados para o espanhol, resquício do franquismo), assistimos a um filme lindíssimo, Mapa de los Sonidos de Tokio. Um drama sentimental da diretora catalã Isabel Coixet. Filmado em Tokio e em Barcelona, com personagens protagonizados pelo espanhol Sergi López e a japonesa Rinko Kikuchi, que dá um show de interpretação, o filme é arte pura, muito poético. A solidão das personagens, o choque entre as culturas oriental e ocidental, "os sons" da natureza, das pessoas comendo, tudo tem um apuro estético lindíssimo. A relação entre o "casal" protagonista é no mínimo... silenciosa e... fora dos padrões. Vale a pena conferir.

9 comentários:

Zapatero disse...

Na França tambem sao dublados os filmes e nao houvo là franquismo...
Tambem na Alemanha e mais em muitos outros paises onde nao houvo franquismo.
Há estudos universitarios (tambem na Complutense) de traducción e interpretación (verter de uma lingua para a outra)e tambem há uma profissao que se chama "actor de doblaje" cujos professionais sao dos melhores do mondo.
Nao tudo é péssimo na Espanha.

Zapatero disse...

por que tirou o "d" de Madrid? Quer isso dizer que eu tenho de escrever San Pablo e nao Sao Paulo, ou Arrecife e nao Recife?
1 beijo.

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Hola Zapatero,
O nazismo, na Alemanha, o franquismo, na Espanha, a ditadura militar, no Brasil, o Salazarismo, em Portugal, enfim, essas atrocidades deixam marcas profundas em qualquer cultura de qualquer país.
O cinema como arma de propaganda política já foi bastante estudado. Quanto a Madrid com d ou não... escrevo principalmente em português, me resguardando o direito de usar os dois idiomas como me interessar. "Arrecife" estaria totalmente equivocado, pois a palvra "Recife", apesar de vir do árabe, nem no Egito eles chamam dessa maneira. E estou absolutamente de acordo que "nao tudo é péssimo" na Espanha, eu adoro a Espanha e estou aqui antes de tudo porque gosto daqui. Gostar de um lugar nao é ver o que não lhe agrada, mas admirá-lo apesar disso, sem meias verdades. Da mesma maneira que em outras situações, critiquei Recife ou o Brasil neste blog, o faço em relação à Espanha.

zApAtErO disse...

"O cinema como arma de propaganda política já foi bastante estudado" Eu tambem hajo que é assim, mas eu nao disse isso. Eu disse que nao compreendo que a subtitulaçao seja resto franquista. As ideias franquistas no cinema sao muito mais evidentes (tematica a tratar, ideias cristias, visao da sociedade, estrutura "vertical" da populaçao, revisao de acontecimentos historicos, simbologia subliminar...
Eu tambem creio que a politica usa o cinema!!! Ontem no franquismo e hoje na socialdmocracia! Eu nao falava de isso!
Eu so questionava a relaçao entre os subtitulos e o franquismo, a qual é muito forçada.
Escrever "Madri" é SUBTITULAR "Madrid".
É o que eu creio.

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Desculpa a demora pra te responder. Acho que´, pelo que li sobre essa época franquista, a indústria da dublagem cresceu muito sim, e os lobbies permanecem até hoje. Também parece que a população já está tão habituada à ver os filmes dublados, que não sente falta de um outro modelo. Acho mais rico ouvir um filme em sua linguagem original, sem nenhum preconceito contra os dubladores ou a qualidade dos mesmos. Madri pode ser subtítulo, sim, legenda, mas não é dublagem :)

Gallardón (antigamente Zapatero) disse...

Penso o mesmo que vc. As ediçoes em DVD trazem a ¿possibilidade? Nao sei se se escreve asim) de vêr os filmes en lingua original (e tambem em outras muitas!) por isso creio que a dublagem é positiva. Vc tem de saber que na Espanha nao tudo o mondo sabe lêr nem tudo o mondo pode lêr á velocidade da subtitulaçao, etc.
Ajo que a subtitulaçao acerca o cinema (de qualquer pais) á tuda a populaçao sem discriminar aos que nao sebem lêr. Vc consentiria um filme para pessoas espanholas, velhotas (mas tb jovens) que nao sabem lêr, que nao conhezen a lingua original, etc. Nao me diga sim. Eu sei que nao.

Parabens pela olimpíada. A eleiçao é, para mim, a mais apropriada e é certo que Madrid nao se podia permitir um investimento tao grande. Ja chegou com o que gastaram por duas vezes!
Peço disculpas pelo meu português. Ja há anos que nao estudo nem escrevo.

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Gallardón, seu português está fenomenal. Porém, se preferir escrever em espanhol, a mí dá igual (?é assim que se escreve?). Gracias pelàs felicitações das Olimpíadas.
Bom, sobre o tema... "eu vou lhe dizer que sim" :) :)
A legenda pode ser incômoda e até imcompreensível para muitos, mas, em minha opinião, esta não deve ser a justificativa para se adotar a dublagem de forma generalizada, nem creio que seja discriminação. Se se sabe que é a forma adotada pelo país, se vai aos cinemas de todo jeito. Na Holanda, por exemplo, as crianças ouvem tudo em língua original até na TV e a maioria sabe falar mais de 4 idiomas. Meu filho ouvia filmes em inglês porque nós queríamos que ele se habituasse com outros idiomas desde cedo, e mesmo que nao entendesse uma coisa ou outra, entendia o contexto geral. Que as salas dubladas sejam exceções ou no máximo para filmes infantis e não ao contrário. Lo siento, mas continua discordando. Abcs,

Galhardão disse...

Já vamos sendo amigos. Se eu não fosse homem casado convidaria vc ver um filme nos cinemas Renoir.
Eu tambem procuro que meus filhinhos ouçam outras línguas. É muito bom para eles. Eu pertenço a uma geração que deu pouca importância aos idiomas (o exemplo vê-se [é assim?] nos políticos espanhois, que somente falam em espanhol e mal).Em Portugal têm o costume de não dubrar os filmes tampouco quando os põem na tv. Eu, que quando era menino (não há tanto) via muito a tv portuguesa, aprendi pouco inglês mas muito português escrito sentado na cadeira. Depois do jantar via "Pai Herói" e tambem aprendi a escutar português.
Como vejo que vc ganhou esta batalha argumentativa vou mirar pelos posts a ver onde é que há léria. Não se pense que sempre vai ganhar vc.
No entanto, envio-lhe um forte abraço.

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

Não devo negar que me alegro de tê-lo convencido, finalmente. Blog também ajuda a refletir. Abzs,